sábado, março 31, 2007

20 Grandes Conspirações da História

Como por vezes é demasiado incrível, a verdade é com frequência omitida.
Heraclito

A teoria da conspiração é um paradigma, uma hipótese de raciocínio para nos aproximarmos do conhecimento da nossa realidade…
Santiago Camacho


Santiago Camacho, escritor e jornalista, colabora em vários meios de comunicação social espanhóis. Os seus artigos e reportagens obedecem sempre a um denominador comum: a denúncia e a polémica.

Este livro, conforme podemos perceber pelo título, não é excepção. Camacho passa em revista material inquietante, desestabilizador, que raramente é mencionado nos órgãos de comunicação social e quase nunca nos livros de História. Apresenta assim novas ideias e pontos de vista inéditos ou resgatados de páginas suprimidas da História, tais como “Criadores de deuses, o grande segredo por detrás do nascimento do cristianismo”, “A fraude Apolo, estivemos realmente na Lua?”, “Fátima, o outro rosto do milagre”, “Lennon tem de morrer, a guerra oculta contra o rock and roll” ou “A grande impostura, a outra infâmia do 11-S”.

Deste modo, como o próprio autor afirma, “este não é um livro para todas as pessoas. Aqueles que se sentem confortáveis com a sua actual visão do mundo, da política, da religião, da economia ou da história, talvez devam escolher outro género de leitura. Também não creio que este seja um livro adequado para aqueles que têm uma fé inabalável no sistema e nas suas instituições, que consideram que os meios de comunicação não dizem senão a verdade, toda a verdade e nada mais que a verdade… Por outro lado, deste livro desfrutarão… os inconformados, os que questionam a autoridade, os que cada dia assistem atónitos ao espectáculo da crescente estupidificação do ser humano.”

Santiago Camacho não pretende afirmar que todas as teorias aqui analisadas estejam cem por cento certas, pretende antes despertar dúvidas razoáveis, o que prova que cada uma das suas teorias conta com um conjunto de provas suficiente. Este livro pretende fazer pensar, de modo a que o leitor tenha na sua posse uma série de elementos de raciocínio adicionais, sendo estes difíceis de obter por outros meios, e que lhe permitem considerar que existem outras maneiras de enfrentar a realidade. Encontrar a verdade – a sua verdade – cabe a cada um de nós como leitores, pois, como afirma Camacho, “a miopia de não vermos mais além das nossas próprias crenças pode fazer-nos perder para sempre aquilo que nos torna autenticamente livres: a capacidade de duvidar”.

Saudações da Comparsa Ariadne*

segunda-feira, março 05, 2007

José Gonzaléz - Veneer


Apesar de já ter saído em 2003, o primeiro álbum (“Veneer”) deste cantautor, e porque não dizê-lo trovador, sueco de raízes argentinas só há cerca de um ano começou a rodar por essa Europa fora. Tudo por causa de um anúncio que provavelmente já viram na TV, o anúncio da Sony Bravia (aquele com umas bolinhas a saltitar) em que a música de fundo “Heartbeats” (uma cover dos também suecos “The Knife”) era a verdadeira estrela. Musicalmente “Veneer” é um álbum de indie-pop totalmente acústico e muito intimista onde José Gonzaléz mostra o seu enorme talento tanto a nível vocal como na destreza com que dedilha a sua viola acústica. Todas as músicas deste álbum evidenciam um enorme bom gosto e denotam um passado a ouvir bossa nova, rock clássico, pós-punk e bandas como os “Joy Division”, “Kings of Convenience”, “Nick Drake”, “Paul Simon” ou “Elliot Smith”. José Gonzaléz participou ainda como vocalista convidado no último álbum dos Zero 7 “The Garden”. “Veneer” é a banda sonora ideal para aqueles dias em que nos sentimos mais tristes ou melancólicos. Mas o melhor mesmo é ouvirem o que este trovador tem para vos contar. Mais info: http://www.jose-gonzalez.com/

sábado, março 03, 2007

Brick

O nome Rian Johnson poderá não vos dizer nada para já, mas acreditem que é um dos jovens cineastas sobre os quais mais atenções vão recair nos próximos anos. Brick recebeu o Grande Prémio do Júri para Visão Original no Festival de Cinema de Sundance em 2005 e esteve nomeado para os Independent Spirit Awards, que distingue as produções independentes e de orçamentos pequenos ou limitados no cinema norte-americano.

Este filme, que passou quase incógnito nas salas portuguesas, apresenta uma história com claras alusões ao film noir mas inesperadamente ambientada no universo estudantil de um liceu. Existe um herói pouco óbvio, calado e subtil, um vilão poderoso e perigoso, enigmáticas e sedutoras femmes fatales e uma donzela em apuros. Brendan é um adolescente solitário (ou melhor, anti-social) que investiga o desaparecimento da sua ex-namorada Emily, que recentemente se juntou a um grupo mais popular e também mais perigoso. Com a ajuda de Brain, a investigação de Brendan leva-o a um grupo de traficantes liderado por The Pin.

De uma forma não-linear, Brick começa no meio da acção, volta atrás, regressa a essa cena inicial e continua a partir daí. Neste policial de traição e assassínio, ninguém é isento e cada um esconde diferentes motivações, que se vão revelando de uma forma simultaneamente consistente e surpreendente. A envolvente realização de Johnson tem um óptimo ritmo e é eficaz na edificação de uma soturna atmosfera urbana. Os diálogos são certeiros e temperados com doses suficientes de humor negro e o elenco, todo ele jovem, está à altura das necessidades do projecto, em particular o protagonista Joseph Gordon-Levitt, que não poderia estar mais longe do imberbe papel através do qual se celebrizou na popular série Terceiro Calhau a Contar do Sol.

Espero que Brick seja uma boa base para a futura carreira do realizador Rian Johnson. Estaremos de olhos postos em The Brothers Bloom, o seu próximo projecto para 2008, com Rachel Weisz à cabeça. Para já, vejam o trailer que vos vai deixar com vontade de ver este interessante filme.


sexta-feira, março 02, 2007

Som Nacional - Parte IV

E desta vez, só em português...

Linda Martini
São considerados pela imprensa a grande esperança do rock nacional. Foi através do site MySpace, que os Linda Martini disponibilizaram a sua maqueta de estreia, dando a conhecer-se assim a um sem número de potenciais ouvintes. Sem qualquer álbum na manga, os Linda Martini tornaram-se um fenómeno de culto, capaz de arrastar pequenas multidões para os muitos concertos entretanto agendados. Nas primeiras datas, a assistência comportava, sobretudo, os companheiros do meio hardcore, do qual os Linda Martini descendem. Mas foi com o single Amor Combate que começaram a ficar verdadeiramente conhecidos a nível nacional. Donos de uma música fortemente emocional, o quinteto entrou em estúdio com as músicas alinhavadas e a intenção de recriar o ambiente livre dos concertos, gravando as três guitarras em separado. O álbum de estreia Olhos de Mongol chegou em Outubro mas eles continuam a dizer que "só queriam cantar e destilar suor em português".

Oioai
Os Oioai são um novo projecto nacional que se auto-define como "uma banda de rock que faz música simples e cujas letras falam, sobretudo, de amor". Acabam de lançar o seu álbum de estreia após fixarem a actual formação no Verão passado. Cantaram pelo país – com actuações nas edições de 2004 e 2006 do Festival Sudoeste – e foi no lisboeta Bar Europa, no Cais do Sodré, que alguém da editora EMI gostou de os ouvir e lhes fez o convite para gravar. O álbum traz 12 temas, entre os quais Sushibaby, que é também o single de apresentação do disco e que rodou já desde o verão em rádios nacionais. Os Oioai são uma banda vincada para criar canções mais rock do que pop, onde a melodia é a alma da casa. São um grupo que se preocupa com aquilo que canta, não descurando a parte de escrita, apresentando um conjunto de letras em português de invejável qualidade. Escrevem músicas fáceis e cativantes, que lhes rompem de dentro do ser, sem estarem a pensar na fama. É assim que se querem mostrar. Simples e frontais.

Houdini Blues
Os Houdini Blues são de Évora e a sua formação remonta a 1996. Contando com a participação do convidado Adolfo Luxúria Canibal, F de Falso é o terceiro longa-duração, editado pela Cobra, que deixa para trás os títulos True Life is Elsewhere (2001) e Extravaganza (2003). A banda passou ao longo da década de existência por diversas fases e algumas dificuldades para chegar até este disco – em 2004, um dos elementos do grupo sofreu um grave acidente de viação, que obrigou o colectivo a parar. Há muito que quebraram as barreiras da pop, procurando outros ventos, novas sensações, inserindo no registo as mais diversas influências e modas menos visíveis.