Para quem já pensava que o cinema de acção e comédia feito em Hollywood não tinha salvação possível, aí está o filme já do final de 2005 Kiss Kiss Bang Bang. Apesar de só agora se estrear na realização, Shane Black não é propriamente um novato em domínios da sétima arte, pois escreveu os argumentos de alguns filmes de acção como A Fúria do Último Escuteiro, O Último Grande Herói ou os da célebre saga Arma Mortífera. Se por um lado não se afasta muito de territórios em que Black se destacou – situando-se entre o policial e a comédia -, também não se limita a ser mais do mesmo, uma vez que se desenvolve com uma refrescante criatividade, pegando nas convenções do género e satirizando-as. Divertido e empolgante, o filme assenta nas peripécias de Harry Lockhart, um ladrão incompetente mas honesto, que acidentalmente vai a um casting e acaba por ser escolhido para protagonizar um filme de Hollywood. No entanto, de forma a estar pronto para o papel, Harry terá de aprender como agir como um detective privado, condição que o obriga a acompanhar as missões de Gay Perry, um dos agentes mais reputados e exímios do ramo e cuja alcunha “gay” não surgiu por acaso. Em Los Angeles, Harry encontra a sua paixão de infância, Harmony Lane, uma das muitas aspirantes que sonham com o êxito e que, ao fim de 15 anos de audições, tem apenas um anúncio de cervejas no currículo. A paixão de Harmony pelas histórias de detectives de Jonny Gossamer, de que tanto gostava na sua infância, não desaparece quando também ela entra no meio de uma. Homicídio ali, suícidio acolá e a trama está lançada. E em poucas palavras, o que se passa daí em diante será divertido, hilariante q.b, com bons diálogos e suficientemente bem contado e entrelaçado para vos manter pregados ao ecrâ. Não fosse tudo o resto, este filme valeria a pena somente pela deliciosa e enérgica interpretação de Robert Downey Jr., em grande forma e com uma naturalidade surpreendente, agarrado à única coisa que em Hollywood faz sentido: um bom argumento. Val Kilmer é totalmente convincente no seu charme gay e no seu sarcasmo, e é evidente o divertimento que foi fazer este filme. Michelle Monaghan não fica atrás destes dois pesos pesados, numa mistura de força, sentido de humor, desespero, perigo e sensualidade. Vejam o trailer, e se quiserem hora e meia de boa diversão, vejam este filme que não se vão arrepender!
2 comentários:
Já vi há largos meses e gostei bastante!
Falhou-te um pequeno pormenor, Harry apenas é escolhido para os que o contratam poderem dizer que têm uma grande estrela nas maõs para o filme, e poderem deste modo negociar com os verdadeiros grandes actores melhores preços!!!
Tb vi qdo saiu. Belo filme. Já nao se fazem mtos no genero com esta qualidade...
Enviar um comentário