“Life On Mars” é uma mistura de policial com ficção científica e é uma proposta refrescante de 16 episódios (em duas temporadas de 8), o número exacto que os seus autores precisavam para contar a história que tinham na cabeça, não se arrastando indefinidamente como muita boa série que por aí anda.
O arranque deu para ficar agarrado: a série começa como um policial normal, moderno, até ao momento em que o protagonista, o Detective Sam Tyler, em plena angústia provocada pelo rapto da namorada, é atropelado por um carro... e, para grande espanto seu, acorda em 1973. O iPod que tinha no carro e onde “Life on Mars” de David Bowie tocava, é agora um auto-rádio com cartuchos... numa viatura que parece saída de um episódio de Starsky and Hutch. Sem saber como, o polícia refinado dos anos 2000 foi parar aos politicamente incorrectos 70s, repletos de polícias machistas e brutos... com os quais vai ter de trabalhar. Ele não entende nada e nós também não. Sem saber se está louco, se está em coma e tudo se passa no seu subconsciente ou se de facto viajou no tempo, Sam tenta descobrir o que aconteceu enquanto é obrigado adaptar-se à sua nova realidade. Na Manchester de 1973, ele também é um policia e tem que aprender a fazer o seu trabalho de investigação num mundo sem telemóveis, registos de impressões digitais, exames de DNA e coisas desse tipo. Por outro lado, tenta desvendar, no passado, algumas pistas sobre o paradeiro da sua namorada, no presente.
A produção é óptima, o mistério está bem montado, a reconstituição de época é detalhada à mais ínfima textura, a banda sonora tem o melhor que se fez naquela época e as interpretações são da qualidade habitual da BBC.
Nos vídeos, podem ver os trailers e o arranque da série. De certeza que vão gostar, por isso podem encontrar os episódios aqui.