Caros Comparsas
A questão do racismo dentro do futebol tem sido nos últimos anos um dos principais instrumentos de propaganda da FiFa do senhor Blatter. Claro que é positivo, uma organização tão mediática promover o civismo e sensibilizar os cidadãos para a práctica de valores morais
fundamentais para se coabitar socialmente. No entanto não existe racismo só no futebol, e parecem-me muito piores situações de pessoas, que devido à cor de pele ou à sua religião, são preteridas em favor de outras no mercado de trabalho pelo globo fora; ou então conflitos urbanos despoletados pela diferença de cor, que na maioria das vezes são fatais para os seus intervenientes. Isto são só escassos exemplos do flagelo que o racismo e a xenofobia podem representar para um pacífico relacionamento e organização social.
Mas vamos ao que interessa, posto isto, será que o combate ao racismo no futebol não será uma matéria hiperbólica? Senão vejamos, a maioria das denúncias de racismo em recintos desportivos provêm de atletas que disputam partidas de futebol em terreno adversário. Sabe- se que à partida o ambiente será hostil, e que os adeptos adversários tudo farão para tentar destabilizar psicologicamente esses atletas, seja com assobios ou até vaias e insultos (não é bonito mas é futebol), pois um adepto não podendo estar em campo, tem sempre outras formas de tentar ajudar a equipa que apoia. Isto acontece com qualquer atleta adversário em campo, independentemente da raça a que pertence, pois o problema é ser jogador da equipa que no caso é mal amada. Muitas vezes esses insultos são dirigidos a jogadores negros, onde são normalmente utilizadas palavras como preto ou macaco e até expressões como volta para a tua terra. Ironicamente esses mesmos adeptos apelidados de racistas, não se poupam em aplausos aos jogadores da sua equipa na qual por acaso alguns são negros. Facto contraditório.
Há uns anos atrás quando o nosso Luís Figo foi jogar a Barcelona no Camp Nou, foi preparada uma massiva recepção de provocações e insultos por parte dos adeptos catalães ao seu antigo jogador, na altura a representar o eterno rival. Durante 90 minutos Luís Figo foi alvo de chacota e de ofensas permanentes, por cerca de 100 mil pessoas que estavam mais concentrados em apupar o jogador luso, do que propriamente em seguir a partida de futebol. Comparando esta situação com os mais recentes (ditos) casos de racismo no futebol, reza o bom senso que a gravidade é igual, mas para as Instituições que tutelam o futebol, a dimensão é diferente. Se calhar como a cor é igual, a situação é normal.
Será isto o pior do racismo? Na minha opinião isto é o pior do clubismo.
Na sua crónica semanal do jornal desportivo aBola, José Manuel Delgado (antigo guarda redes do S.L. Benfica) referiu hoje o seguinte:" O racismo e a xenofobia são dois temas por demais sérios para serem vulgarizados. E no mundo do futebol há muito oportunismo na forma como se procura criar monstros e vítimas. Porque independentemente de cor ou credo, o jogador do adversário é sempre um alvo a abater psicologicamente. Seja branco, preto, amarelo, louro e de carapinha, cristão, muçulmano ou hindu..." Conclusivo e Consensual!
Para terminar queria clarificar os leitores que apesar disto, condeno o racismo e a xenofobia pois o ser humano deve respeitar-se, independentemente da cor, etnia, religião, idade ou estatuto. Todavia deve-se apostar no combate ao racismo nos espaços onde ele é realmente crítico, e o futebol não é certamente um deles.
Saudações de um Comparsa
A questão do racismo dentro do futebol tem sido nos últimos anos um dos principais instrumentos de propaganda da FiFa do senhor Blatter. Claro que é positivo, uma organização tão mediática promover o civismo e sensibilizar os cidadãos para a práctica de valores morais
fundamentais para se coabitar socialmente. No entanto não existe racismo só no futebol, e parecem-me muito piores situações de pessoas, que devido à cor de pele ou à sua religião, são preteridas em favor de outras no mercado de trabalho pelo globo fora; ou então conflitos urbanos despoletados pela diferença de cor, que na maioria das vezes são fatais para os seus intervenientes. Isto são só escassos exemplos do flagelo que o racismo e a xenofobia podem representar para um pacífico relacionamento e organização social.
Mas vamos ao que interessa, posto isto, será que o combate ao racismo no futebol não será uma matéria hiperbólica? Senão vejamos, a maioria das denúncias de racismo em recintos desportivos provêm de atletas que disputam partidas de futebol em terreno adversário. Sabe- se que à partida o ambiente será hostil, e que os adeptos adversários tudo farão para tentar destabilizar psicologicamente esses atletas, seja com assobios ou até vaias e insultos (não é bonito mas é futebol), pois um adepto não podendo estar em campo, tem sempre outras formas de tentar ajudar a equipa que apoia. Isto acontece com qualquer atleta adversário em campo, independentemente da raça a que pertence, pois o problema é ser jogador da equipa que no caso é mal amada. Muitas vezes esses insultos são dirigidos a jogadores negros, onde são normalmente utilizadas palavras como preto ou macaco e até expressões como volta para a tua terra. Ironicamente esses mesmos adeptos apelidados de racistas, não se poupam em aplausos aos jogadores da sua equipa na qual por acaso alguns são negros. Facto contraditório.
Há uns anos atrás quando o nosso Luís Figo foi jogar a Barcelona no Camp Nou, foi preparada uma massiva recepção de provocações e insultos por parte dos adeptos catalães ao seu antigo jogador, na altura a representar o eterno rival. Durante 90 minutos Luís Figo foi alvo de chacota e de ofensas permanentes, por cerca de 100 mil pessoas que estavam mais concentrados em apupar o jogador luso, do que propriamente em seguir a partida de futebol. Comparando esta situação com os mais recentes (ditos) casos de racismo no futebol, reza o bom senso que a gravidade é igual, mas para as Instituições que tutelam o futebol, a dimensão é diferente. Se calhar como a cor é igual, a situação é normal.
Será isto o pior do racismo? Na minha opinião isto é o pior do clubismo.
Na sua crónica semanal do jornal desportivo aBola, José Manuel Delgado (antigo guarda redes do S.L. Benfica) referiu hoje o seguinte:" O racismo e a xenofobia são dois temas por demais sérios para serem vulgarizados. E no mundo do futebol há muito oportunismo na forma como se procura criar monstros e vítimas. Porque independentemente de cor ou credo, o jogador do adversário é sempre um alvo a abater psicologicamente. Seja branco, preto, amarelo, louro e de carapinha, cristão, muçulmano ou hindu..." Conclusivo e Consensual!
Para terminar queria clarificar os leitores que apesar disto, condeno o racismo e a xenofobia pois o ser humano deve respeitar-se, independentemente da cor, etnia, religião, idade ou estatuto. Todavia deve-se apostar no combate ao racismo nos espaços onde ele é realmente crítico, e o futebol não é certamente um deles.
Saudações de um Comparsa
1 comentário:
Este post vem na altura certa,devido às recentes declarações do Mantorras. Mas até quando nas bancadas do Estádio da Luz ele entra, em tom de ironia, num «vai escarumba!» ouve-se adeptos gritar, se é com amor, talvez, mas que a pitada de racismo está lá, está! A sociedade é irónica para com os gordos, cegos, surdo-mudos, coxos, marrecos,..., etc, e o Mantorras por toda a razão do Mundo que lhe assiste, se ficou ofendido e tem razão, falava logo a seguir ao jogo, direcção...esquadra da Polícia das Antas, queixa-crime, e ai eu batia palmas, assim não!
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