sábado, abril 21, 2007

Som Nacional - Parte V

Mundo Cão
Os Mundo Cão são uma das novas revelações do rock nacional do ano de 2007. Quando Pedro Laginha, actor, se encontra com músicos de primeira, vindos de bandas como os Mão Morta, os Braindead ou os Big Fat Mamma, o resultado é uma experiência promissora chamada Mundo Cão, cujo single Morfina é uma pérola rock que entusiasma como poucas outras. Mas a grande revelação para mim é mesmo Pedro Laginha, que se revela um carismático vocalista. Laginha colaborara já com os Mão Morta, do baterista Miguel Pedro, no clip de Cão da Morte e posteriormente em alguns temas do último álbum. Adolfo Luxúria Canibal, que baptizou o projecto de Mundo Cão, assina todas as letras do álbum de estreia, uma escolha que Miguel Pedro justifica pela «alma de escritor» do líder dos Mão Morta. Sem veleidades a ser fenómeno de popularidade. os Mundo Cão pretendem acima de tudo a consolidação do seu projecto alicerçado na qualidade dos temas. A imagem e o reconhecimento dos músicos junto dos mais atentos observadores do mundo da música portuguesa é já um capital inalienável.

The Vicious Five
Tudo começou com muita vontade de agitar as hostes. Depois surgiram alguns temas e um ou outro concerto ao vivo. Com o seu curto e grosso álbum de estreia Up On The Walls, os Vicious Five deram a conhecer ao grande público o seu punk rock . São 34 minutos a rasgar até o suor escorre pelas colunas. É o resultado natural do trabalho da banda, mas ao mesmo tempo uma agradável surpresa para todos aqueles que só agora conhecem o som do grupo lisboeta.
Apostando nas guitarras e postura punk, o grupo baseia a sua música essencialmente nas suas letras, nas ansiedades de uma juventude, no amor sem tabus, nos costumes conservadores da sociedade, na política e a necessária revolução que poderia alterar o estado das coisas.

São bastante famosos pelos seus espectáculos ao vivo recheados de força e vitalidade, que se transformam num festim para dançar como não houvesse amanhã. Com os Vicious Five não há espaço para punk falso e roto por melodias cor-de-rosa. Tudo é verdadeiro. Tudo é visceral.

Balla
Considerado uma das maiores forças criativas da música portuguesa, um talentoso músico, intérprete e DJ, Armando Teixeira é um daqueles artistas que não precisaria dos Balla para provar que é um dos artistas mais dinâmicos e versáteis da cena musical nacional.
Depois dos Da Weasel, Bizarra Locomotiva, Boris Ex-Machina e Bullet, os Balla surgem como a banda onde Armando Teixeira mais dá a cara, o corpo e a voz ao manifesto. Em A Grande Mentira, canta pela primeira vez os 10 temas do disco e não lhe fica nada mal esse papel de front-man. Ele compôs, gravou, misturou e produziu um trabalho individual irrepreensível que se reflecte num disco de canções sem complexos. Descubram este belo projecto da pop electrónica nacional.


6 comentários:

Davidoff disse...

AHHH já cá faltava um novo post de Som Nacional!!
Os temas de Mundo Cão e Balla apresentados, estão bastante bons, fiquei já curioso por conhecer o resto dos respectivos álbuns. Qt a The Vicious Five, já conhecia bastante bem estes temas, mas aproveito para sublinhar que Bad Mirror tá fantástica.
De sublinhar tb são os videoclips das músicas que são sempre pra cima de bons!! Fica aqui a sugestão de nos próximos posts de som nacional saber quem são os realizadores!!

psycho killer disse...

Balla,parece-me ser um projecto bastante interessante.
E pela primeira vez ofereceram à menina Castel-Branco um papel que não é idiota! ha-ha-ha-ha! gostei da performance de femmme fatale no videoclip.de facto o natural ar de enjoada que ela primorosamente possui fica a matar na personagem! ha-ha-ha-ha!!!

Ariadne disse...

Fiquei impressionada com o actor Pedro Laginha... depois de quem o viu representar. Basta pensar no seu papel de D. Pedro na série sobre Inês de Castro da RTP1... Que desgraça...
Sim senhor, acho que escolheu o papel indicado, de vocalista de uma banda... muito mais afinado.

Mohammed Saeed Al Sahaf disse...

Realmente o nome laginha está agraciado na arte da música. Na representação é um caos. A menina Castelo Branco também deverá escolher outra vida. Só consegue ser actriz em novelas da TVI. Aí a selecção não é rigorosa. Basta ter um palmo de cara... Que interessa o talento?? Entristece-me como em muitos outros vocalistas que o timbre de voz do pedro laginha seja muito semelhante ao dos Ornatos Violeta... Será doença?....

Augusto disse...

Realmente a voz do Laginha faz lembrar a do grande Manuel Cruz. Mas não me estou a lembrar de mais nenhuma semelhante...
Já agora, lembraste-me de divulgar num próximo post os novos projectos dos antigos membros dos Ornatos.

Manuel disse...

Interessantes os Mundo Cão.
As outras bandas/projectos não acho assim grande piada.

Cá em casa, quando liguei o som bem alto com a música dos Mundo Cão, a minha mulher perguntou-me logo:

- Manel, os Ornatos voltaram?

8)

Fica aqui como recordação a letra da minha música preferida dos Ornatos:

Ouvi dizer
Que o nosso amor acabou
Pois eu nao tive a nocao do seu fim.
Pelo que eu ja tentei
Eu nao vou ve-lo em mim
Se eu nao tive a nocao de ver nascer o homem.

E ao que eu vejo
Tudo foi para ti
Uma estupida cancao que só eu ouvi
E eu fiquei com tanto para dar
E agora nao vais achar nada bem
Que eu pague a conta em raiva

E pudesse eu pagar de outra forma
E pudesse eu pagar de outra forma
E pudesse eu pagar de outra forma

Ouvi dizer
Que o mundo acaba amanha
E eu tinha tantos planos p'ra depois
Fui eu quem virou as paginas
Na pressa de chegar até nós
Sem tirar das palavras seu cruel sentido.

Sobre a razao estar cega
Resta-me apenas uma razao
Um dia vais ser tu
E um homem como tu
Como eu nao fui
Um dia vou-te ouvir dizer

E pudesse eu pagar de outra forma
E pudesse eu pagar de outra forma
E pudesse eu pagar de outra forma

Sei que um dia vais dizer

E pudesse eu pagar de outra forma
E pudesse eu pagar de outra forma
E pudesse eu pagar de outra forma

A cidade esta deserta
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte
Nas casas, nos carros,
Nas pontes, nas ruas...
Em todo o lado essa palavra repetida ao expoente da loucura
Ora amarga,ora doce
Para nos lembrar que o amor é uma doenca
Quando nele julgamos ver a nossa cura


Abraço e beijinhos