segunda-feira, maio 21, 2007

Chinatown

Mais de 30 anos passaram desde a estreia de «Chinatown», um dos primeiros grandes sucessos de bilheteira e de crítica de Jack Nicholson, que lhe valeu inclusivamente a sua segunda nomeação para um Oscar da Academia. Este clássico do film noir, realizado por Roman Polanski em 1974, segue os passos do detective privado Jake Gittes na Los Angeles dos anos 30. Ele é contratado para investigar um possível caso extraconjugal de Hollis Mulwray, marido de Evelyn (Faye Dunaway), mas acaba por descobrir algo bem maior do que aquilo que procurava. Gittes vai descortinando lentamente uma rede de conspirações e assassinatos que acabarão por colocar a sua própria vida em perigo… O final intensamente dramático é talvez uma das razões que eleva este filme a um clássico.
«Chinatown» teve umas impressionantes 11 nomeações para os Oscares (incluindo Melhor Filme, Realizador, Actor e Actriz), mas apenas conquistou a estatueta para o argumento de Robert Towne. Este era o ano de outro grande filme: «O Padrinho II». Jack Nicholson ganharia o seu primeiro Oscar no ano seguinte com a sua interpretação em «Voando Sobre Um Ninho de Cucos».
Nicholson gostava tanto da personagem, que foi rejeitando todos os papeis de detective propostos ao longo da carreira. Originalmente, «Chinatown» fazia parte de uma trilogia sobre Jake Gittes e Los Angeles, e o próprio Nicholson realizou e protagonizou «Two Jakes» em 1990. No entanto, cotou-se como um insucesso e «Cloverleaf», a terceira parte, nunca chegou a ver a luz do dia…
Vejam, porque vale a pena. Além disso, é sempre um prazer ver trabalhar este senhor…
"Forget it, Jake. It's Chinatown"



quinta-feira, maio 10, 2007

Focus / Ekseption

Caros Comparsas

Há bem pouco tempo tive a felicidade de conhecer duas bandas históricas nos Países Baixos. Até hoje todo o universo da música holandesa que me rodeava restringia-se aos Within Temptation, (que aproveitaram a porta aberta pelos Evanescence para se afirmarem como êxitos de venda, apesar de serem pioneiros no género e certamente referência para os norte-americanos) e a Ludwig van Beethoven, que apesar de ser genuinamente alemão, tem descendência holandesa!

Sendo um país com uma política extremamente liberal e sendo um terço da sua população não religioso, a Holanda é um paraíso para aqueles que adoram praticar o que é proibido mas que se pode fazer. E a música parece ter seguido esse espírito liberal...
Os Focus e os Ekseption iniciaram-se no mundo da música no final dos anos 60, ambas bandas de rock progressivo e sinfónico, destacaram-se pelas brilhantes composições e improvisações instrumentais nos seus temas.
Com várias influências eruditas, os Ekseption encarnam uma verdadeira orquestra electrónica em palco misturando o lado clássico da música com o psicadelismo progressivo. A banda era composta por um trompetista, um saxofonista-flautista (simultaneamente), um percussionista, um baixista e pelo irreverente Rick van der Linden que interpretava tudo o que tivesse teclas :) Chegaram a ter um vocalista em dois álbuns, mas a ideia foi abandonada pois toda a essência da banda era instrumental. O tema que podem apreciar em vídeo é uma adaptação da obra Badinerie naar Suite No. 2 in B-Minor de Johann Sebastian Bach!
Também iguais em excentricidade e mestria os Focus são considerados o melhor colectivo holandês dos anos 70. Liderados pelo organista e flautista Thjis van Leer a sua música sem regras era de uma originalidade e exclusividade extraordinária, contendo também referências clássicas. Actualmente ainda no activo, a formação passou por muitas mudanças, mas não perdeu a energia de há 35 anos atrás. Os temas a que poderão assistir no vídeo são os seus dois grandes êxitos, estejam atentos à extensão vocal de Thjis van Leer.
Convido-vos então a conhecer estas duas pérolas holandesas que me fizeram reforçar a preferência pelos anos 70 como a minha década preferida da história da música.

Saudações de um Comparsa